Projeto quer usar técnicas de bioconstrução.
Cada imóvel custa R$ 7 mil.
Moradores do Assentamento Ilha Grande do Paulino, em Tutóia, no Maranhão, estão sendo beneficiados com uma experiência pioneira: a construção de casas ecológicas.
Da casa antiga onde morava com o marido e a filha, Rosilene Machado só guarda a lembrança do desconforto. “Era muito pequena”, disse.
Rosilene mora em um assentamento do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Ilha Grande do Paulino, uma das 72 ilhas do Delta do Parnaíba, localizado entre o Piauí e o Maranhão.
A agricultora foi escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente para receber a primeira casa ecológica ilha. O projeto é piloto e faz parte do programa governamental que quer usar técnicas de bioconstrução para melhorar a vida da população da comunidade. A bioconstrução é uma técnica que usa materiais de baixo impacto ambiental.
A escolha por este assentamento levou em consideração as condições de preservação ambiental da ilha, a facilidade de transporte, os atrativos turísticos na comunidade e o fato de já existirem recursos liberados pelo Incra para a melhoria das moradias.
A casa de Rosilene foi construída em regime de mutirão pela comunidade que recebeu capacitação. Nas paredes externas, os tijolos deram lugar ao super adobe, uma mistura de terra e barro, colocada dentro de um saco de rafia. Na estrutura interna foram usados adobes tradicionais. Tudo feito na ilha e pelos moradores. Parte da madeira utilizada na construção foi reaproveitada da antiga casa de Rosilene.
Conforto térmico
A arquiteta responsável pelo projeto é Cecília Prompt, consultora do Ministério do Meio Ambiente e que foi ao Maranhão orientar a construção. Cecília explicou que a casa ecológica é perfeita para o clima da região, o que garante o chamado “conforto térmico”. "Tem vários fatores que a tornam mais ambientalmente correta, inclusive no aspecto do conforto térmico”, falou Cecília.
A casa tem cem metros quadrados, com sala de estar, copa e cozinha, banheiro e dois quartos.
A casa da família Machado vai servir como unidade demonstrativa de construções sustentáveis. A ideia é utilizar esta tecnologia para construir as outras 33 casas da comunidade e levar este projeto a ilhas costeiras do Maranhão, que são áreas de proteção ambiental.
Na Ilha Grande do Paulino moram 34 famílias que vivem da pesca e da extração do caranguejo. Como o sustento da população depende da preservação, o projeto piloto de bioconstrução ajudará a comunidade a aprender a construir agredindo o mínimo possível o ambiente.
Olá, gostaria de ter notícias atualizadas sobre como anda a implementação das bioconstruções na Ilha Grande do Paulino
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