domingo, 30 de outubro de 2011

Preservar floresta pode garantir incentivo econômico

A ideia é criar uma espécia de papel verde na Bolsa de Valores. Assim, de acordo o senador Luiz Henrique da Silveira, a árvore de pé valeria mais que a cortada

Agência Estado
Wikimedia Commons
Com a lei de incentivo, uma árvore em pé valeria mais do que a cortada

O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), relator de duas comissões do Senado pelas quais a reforma de Código Florestal ainda será analisada, afirmou na sexta-feira, 7, que incluirá no projeto de lei incentivos econômicos para quem preservar florestas.

Em teoria, a ideia é vista com simpatia tanto por ruralistas quanto por ambientalistas. O senador disse na sexta-feira, em evento para debater o Código em São Paulo, que estuda várias sugestões de beneficiar quem mantiver as árvores em pé em suas propriedades e deu exemplos do que pode ser colocado na lei.

De acordo com Silveira, uma das sugestões, a de criar um "papel verde nacional", partiu da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "Se um estudo de impacto ambiental determinou que o projeto de uma indústria vai gerar um impacto ambiental X, essa indústria então compraria papéis verdes de um cidadão que tem uma floresta. Ou seja, transforma-se a floresta num bem econômico ou, mais simplesmente, faz a árvore em pé valer mais que a árvore cortada."

Ele compara com a negociação de créditos de carbono. E, segundo ele, quem cortou a vegetação irregularmente e estiver sendo multado também poderia converter a multa na compra desse papel de preservação. "Esse papel é negociável em bolsa, cria-se um ativo circulante para o País. Hoje, apesar de termos a maior floresta do mundo, só obtemos 4% do seu valor econômico."

Outra ideia em avaliação partiu do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele sugere criar um fundo a partir de recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada sobre combustíveis, dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e outras fontes tributárias para remunerar os pequenos produtores rurais.

"O eixo dessa lei, hoje, é a do comando e controle. Ela estabelece normas e procura a preservação por meio de ameaças punitivas. Vamos mudar e o eixo principal será o econômico. O homem se move pelo bolso", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Como transformar lixo em dinheiro

Empresa carioca descobriu um jeito criativo de fabricar produtos inovadores a partir de resíduos do agronegócio

Por Sérgio Tauhata

Restos de banana, palmito e juta podem parecer refugo. Mas onde muitos veem sobras, a Fibra Design enxerga lucros. Em 2005, ainda na faculdade de desenho industrial, Thiago Maia, de 25 anos, Bruno Temer, 27 anos, e Pedro Themoteo, 26 anos, começaram as pesquisas de materiais. A partir dos compostos feitos com resíduos agrícolas, os designers criaram produtos como o skate Folha Seca e a bicicleta Chico. Hoje, a Fibra Design gera R$ 500 mil ao ano e se prepara para um grande salto com a construção da sede própria, na qual investiu R$ 280 mil. “A nova estrutura deve aumentar o faturamento em 70%”, calcula o diretor comercial Bernardo Ferracioli. Nesta conta entra também o lucro social, um dos objetivos da empresa. “O desenvolvimento de materiais só faz sentido se pudermos ajudar as comunidades locais. O Bananaplac, por exemplo, tornou-se uma nova renda para artesãos do Vale do Ribeira (SP)”, conta o responsável pelo planejamento estratégico, Thiago Maia.

DESIGNER DO BEM
QUEM É: Thiago Maia, 25 anos, cursou desenho industrial na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e montou a Fibra Design quando ainda cursava a faculdade
O TIPO DE NEGÓCIO: produtos úteis produzidos a partir de materiais de resíduos reciclados. A proposta é fazer belos produtos com baixo impacto ambiental
Marcelo Correa
Marcelo Correa
Marcelo Correa
Marcelo Correa
Marcelo Correa
Marcelo Correa